A Campanha de Financiamento Coletivo da HQ Muda de Chá está ABERTA!

JORNALZINHO DA LARK | | EDIÇÃO #08 • ABR2024 |

Declaro o financiamento coletivo de Muda de Chá oficialmente aberto!! |
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Que campanha é essa? Como funciona? Como eu participo? O que eu ganho? Você pode conferir estas e outras informações direto na página do Catarse, AQUI. Mas, explicando rapidamente: • A campanha serve para financiar a produção do livro! • Todo mundo* que apoiar vai receber o livro, seja físico ou digital (depende do valor do seu apoio); • Somente para os apoiadores da campanha, o livro será autografado e vai vir com um marca-páginas exclusivo! |
| *Exceto para o pacote "Bule", que inclui apenas o jogo de cerâmica |
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Essa é a matéria do jornalzinho. Na próxima edição eu prometo trazer uma reflexão mais profunda. De qualquer forma, como prometido, segue a parte falando sobre Design de Personagens, que é um tema longo por si só, por mais que eu tenha resumido: |
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C O M O E S C R E V E R U M A H Q
Design de Personagem
Eu não sou designer de personagem. Mas eu desenho meus próprios personagens sem ser nenhuma especialista na área.
Se é que existe um “jeito certo” de fazer design de personagem eu não sou uma referência no assunto. Mas, estou aqui só pra mostrar o jeito que eu, Lark, faço as coisas numa HQ.
Acho que o ponto que eu quero trazer aqui é que não é necessário um conhecimento profundo desse assunto para trazer elementos visuais consistentes para um personagem. Dá pra, por exemplo, usar alguns elementos de conhecimento geral (formas, cores, etc).

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Imagens retiradas desse vídeo maravilhoso mostrando cores em filmes |
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Além dessa base, acho que cada pessoa vai ter aspectos que valoriza ou não gosta quando se trata de personagens.
Eu, pessoalmente, detesto quando os personagens não são diferenciáveis entre si. Às vezes eu passo 10 páginas achando que é o boneco X, e aí descubro que era o boneco Y, e eles só são diferenciáveis entre si por um sutil corte de cabelo diferente e nomes poucos memoráveis. Então pra mim, é importante desenhar personagens bem distintos, com caracteríscas que os tornem inconfundíveis.
E diferenciar os personagens entre si vai muito além de fazer “uma loira, uma ruiva, uma morena, uma negra e uma asiática” (sim, desenhos feitos especificamente mirando no público infantil feminino, estou olhando pra vocês).
Meus personagens são todos “latinos” (entre aspas porque é um mundo fictício, inspirado na américa do sul), e como eles trocam de roupas, eu já tinha aí dois desafios para criar personagens: diferenciar uns dos outros mesmo pertencendo ao mesmo grupo étnico, e fazer eles serem reconhecíveis mesmo com roupas diferentes.
Isso pode parecer limitante a princípio, mas realmente não é, se você parar pra pensar que existem dezenas de outras características que obviamente se pode explorar, como: altura, peso, idade, gênero, corte de cabelo, expressão facial, postura, acessórios, marcas corporais, além de diferentes formas geométricas estruturais e tons de pele e cabelo.
E de novo, não precisa ser nenhum expert. Algumas associações simples podem dar conta do recado. Para um personagem triste e melancólico: cores frias. Um personagem amigável: formas arredondadas. Um personagem complexo: muita informação visual. E assim por diante.
Vou exemplificar mostrando como eu concebi os meus:
(O trecho a seguir contém “spoilers”)
| O Martín, protagonista, é o tipo de pessoa “eu contra o mundo”. Eu fiz ele ser o personagem mais baixinho da história pra evidenciar o tamanho dos problemas que ele vai enfrentar, e o quanto ele se sente impotente diante deles. Como ele é muito temperamental e não é muito dado a interagir com pessoas, na maior parte do tempo ele está sisudo, com uma expressão desconfiada, ou com muita raiva. As roupas dele sempre são em tons quentes para evidenciar esse lado explosivo. O único momento em que ele sorri ou fica com uma expressão tranquila, é quando ele está falando com plantas ou sobre plantas. |
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| O trio de velhos fofoqueiros talvez foi o design que mais me diverti fazendo. Contrariando o que eu disse um pouco antes, eles não são muito distinguíveis entre si. Os três usam tons terrosos e em geral estão carrancudos. Nesse caso, isso foi proposital, porque os 3 funcionam como um personagem só: uma entidade velha, ranzinza e teimosa, que discute mesmo quando concorda sobre um tema. Eles estão aí não só para fornecer algumas informações valiosas para a história, mas para representar a essência da Vila. Por isso, não tem problema eles serem quase iguais. Quem disse isso ou aquilo, foi o velho 1 ou o 2? Não importa, eles praticamente são a mesma pessoa. |
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| A Taia é aquela personagem que topa tudo. Ela é muito animada, caótica, imprevisível… e ao mesmo tempo muito gentil e acolhedora. Como ela é conhecida (e com razão) como a Doida da Vila, eu fiz o cabelo dela meio desgrenhado e “rebelde", mesmo estando preso. Ela usa cores mais vivas para contrastar com os tons da vila, sempre amarelados e monótonos. Ela também é a personagem mais expressiva de todos, e geralmente está sorridente e empolgada. |
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| O Sr. Alvadéz é o completo oposto do Martín: ele é muito alto, educado, agradável, estável, seguro de si e nunca perde a compostura. Para passar essa impressão, eu fiz ele todo com estruturas retangulares e sólidas: ele é como uma rocha! Tudo nele foi feito para contrastar com o Martín. As cores não tão vibrantes, o baixo contraste, a expressão sempre leve e sorridente… Ele também sempre olha para todos de cima para baixo. Minha intenção era fazer um personagem que não tem um só defeito… e ainda assim consegue te irritar (ou pelo menos, irritar o protagonista). |
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Tem outros personagens também. Alguns não vão aparecer no recorte que eu vou postar nas redes sociais. Não vou falar deles agora pra não revelar demais da história. Termino dizendo que, assim como com as falas, o visual dos personagens pede que se colha referências da vida real. Quer dizer, não se basear tanto em outros personagens ou em “ideais” e “esteriótipos”, mas sair na rua mesmo e ver gente. Se inspirar no atendente da padaria, na vizinha, no colega de trabalho, no esquisito da praça. Isso acaba conferindo mais autenticidade e valor pra um personagem do que muito estudo formal. |
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Ficou interessado nesses personagens e na história deles? Você pode ler a história completa de Muda de Chá apoiando a campanha do Catarse, bem aqui: |
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Até a próxima!